Wednesday, November 26, 2008

tudo o que eu muito amei...

tudo o que eu vivi, desapareceu!

eu fiquei
noutra vida,
depois do diluvio,
que tudo inundou

não é depressão, é apenas uma perda cujo luto nunca mais acaba.


esta saudade que dói...


...parece uma chaga aberta, que me rasga o peito quando a memoria me traz lembranças de outra vida.

Friday, November 21, 2008

Porque pertenço à raça daqueles que...


percorrem o labirinto

Sem jamais perderem o fio de linho da palavra
Vi as águas, os cabos, vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som de suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fonte trémulas campinas
Vi o rosto de Eurydice das neblinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Sofia de Mello Breyner Andersen




o melhor dia...



da minha semana!

Wednesday, November 19, 2008

um espaço no tempo de cada dia...


necessito de um espaço no tempo para viajar no meu universo interior, semanalmente.



As viagens que eu faço ás minhas memórias, ás minhas recordaçoes, ao meu passado, ao meu futuro, ás minhas reflexões, ao meu modo de ser e de sentir, ás minhas discussões comigo mesma, á minha intelectualidade, ao meu ser, são muito mais interessantes que aquelas conversas de circunstancia que sou muitas vezes obrigada a sustentar diáriamente.
Nelas busco a minha paz e harmonia com todos os que me rodeiam e comigo própria nos dias em que me indago o que estou a fazer neste País que não é a minha terra...

Monday, November 17, 2008

geografia de Portugal...



Geografia de Portugal


Noventa mil quilómetros quadrados

de ousadia e sofrimento:

A oriente, a Espanha,

A norte, a terra galega.


A sul e ocidente, a dor tamanha

Do mar que já não chega,

Mas onde ainda ficaram,

Talhadas em rocha dura,

As ilhas que semearam

as pégadas da aventura.


Antonio Arnaut

Saturday, November 1, 2008

se tanto me dói que...




Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem
SMBA

Saturday, October 18, 2008

Dedicado a um sonho ...

A Noite Do Meu Bem

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono das flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! Eu quero o amor ... o amor mais profundo
Eu quero toda a beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem !

Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! Como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a pureza que eu quero lhe dar.

Música: A Noite do meu bem
Samba - Canção
Autoria e Interpretação: Dolores Duran
1959

Tuesday, October 14, 2008

Que c est triste Venise...

Com’è triste Venezia
soltanto un anno dopo,
com’è triste Venezia
se non si ama più.
Si cercano parole
che nessuno dirà
e si vorrebbe piangere,
non si può più.
Com’è triste Venezia
se nella barca c’è
soltanto un gondoliere
che guarda verso te.
E non ti chiede niente,
perché negli occhi tuo
ie dentro la tua mente
c’è soltanto lei.
Com’è triste Venezia
soltanto un anno dopo,
com’è triste Venezia
se non si ama più.
I musei e le chiese
si aprono per noi
ma non lo sanno
che ormai tu non ci sei.
Com'è triste Venezia,
di sera la laguna,
se si cerca una mano
che non si trova più.
Si fa dell’ironia
davanti a quella luna
che un dì ti ha vista mia
e non ti vede più.
Addio gabbiani in vol
oche un giorno salutaste
due punti neri al suolo,
addio anche da lei.
Troppo triste Venezia
soltanto un anno dopo,
troppo triste Venezia
se non si ama più.

Veneza nos anos 60 foi triste para mim

mas a sua cálida beleza cativou-me

para todo o sempre




Wednesday, October 8, 2008

o meu CARRO...


eu o adoro porque -

é lindo de morrer
é enorme...
nos anos que estou com ele, cada vez gosto mais
é muito forte
muito carinhoso e fofo
nunca me falha
sempre que preciso dele esta disponivel
protege-me dos outros
é quente no Inverno
é fresco no Verão
é tremendamente potente
ultrapassa todos
protege-me quando eu erro
corrige os meus erros
vendo bem não gasta demasiado
dá-me musica
Será...
Será que existe algum companheiro com estes atributos?
Náo coloco aqui a sua fotografia
não vá alguem cobiçá-lo
e eu ficar sem ele!!
Que HORROR !!!!
rsrsrsr...

Monday, October 6, 2008

FACEinHOLE


Create your own FACEinHOLE

FACEinHOLE


Create your own FACEinHOLE

A chuva...





Chove muito, chove excessivamente...

Chove e de vez em quando faz um vento frio...

Estou triste, muito triste, como se o dia fosse eu.


N'um dia no meu futuro em que chova assim tambem

E eu, á janella, de repente me lembre do dia de hoje,

Pensarei eu «ah n'esse tempo eu era mais feliz»

Ou pensarei «ah, que tempo triste foi aquele»!


Ah, meu Deus, eu que pensarei d'este dia n'esse dia

E o que serei, de que forma; o que me será o passado que é hoje só presente?...


O ar está mais desagasalhado, mais frio, mais triste

E ha uma grande duvida de chumbo no meu coração...


Álvaro de Campos

Sunday, October 5, 2008

Eu...

anos 60/70
o Honda era vermelho, raramente o parkava na garagem, sempre descapotado e quando vinham aquelas chuvas não anunciadas, torrenciais e nocturnas, o dia seguinte era humido em certas zonas...apesar dos plasticos, que não eram suficientes!
que carro tão inteligente! fazia peões sózinho!
que saudades do tempo antigo...

Monday, September 29, 2008

FACEinHOLE


Create your own FACEinHOLE

FACEinHOLE


Create your own FACEinHOLE

FACEinHOLE


Create your own FACEinHOLE

Chanson d'automne...


Chanson d'automne
Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.
Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure ;
Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Monday, September 22, 2008

OUTONO...


ADORO O OUTONO






Longos soluços dos violinos de outono
Ferem meu coração com langor monótono...
E choro, quando ouço, ofegando, bater a hora,lembrando os dias, as alegrias e ais de outrora.


E vou-me ao vento que, num tormento
me transporta de cá para lá, como faz a folha morta.



(Verlaine)