feita de pequenos nadas
do cheiro forte das sebes de jasmim, ao calor da noite...
daquela lua prateada que amanhece a noite e cheira a luar...
das minhas idas ao Xai-xai no descapotável vermelho, depois de um banco...
do meu soalho de xadrez preto e branco que eu odiava...
da praia de domingo, depois da missa...
do tando da zambezia que prometia destinos deslumbrantes...
de quando vestia de anjo e deitava flores na procissão...
das noites na varanda, em que sentia a solidão...
da cacimba fresca á vinda do colégio...
das matinés de domingo, no Olympia...
do meu eu de antigamente...
dos sonhos que cumpri...
e dos que não vivi...
de tudo o que perdi...
e de tudo o que venci.
Sou eu ainda,
forte.