Friday, August 8, 2008

Mar...



De todos os cantos do mundo

amo com um amor mais forte e mais profundo

Aquela praia extasiada e nua

Onde me uni ao mar, ao vento e á lua.




Mar,

Metade da minha alma é feita de maresia


Sofia de Mello Breyner

Quando eu morrer...


Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar...
Sofia de Mello Breyner

Há muito....


Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vaza.
Sofia de Mello Breyner

Em todos os jardins...

Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe irei me unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Sofia de Mello Breyner