Thursday, September 13, 2007

Quadras da minha solidão...





Fica longe o sol que vi,

aquecer meu corpo outrora...

Como é breve o sol daqui!

E como é longa esta hora...


Donde estou vejo partir

quem parte certo e feliz.

Só eu fico. E sonho ir,

rumo ao sol do meu país...


Por isso as asas dormentes,

suspiram por outro céu.

Mas ai delas! tão doentes,

não podem voar mais eu...


que comigo, preso a mim,

tudo quanto sei de cor...

Chamem-lhe nomes sem fim,

por todos responde a dor.


Mas dor de quê? dor de quem,

se nada tenho a sofrer?...

Saudade?...Amor?...Sei lá bem!

É qualquer coisa a morrer...


E assim, no pulso dos dias,

sinto chegar outro Outono...

passam as horas esguias,
levando o meu abandono...
Alda Lara

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