que tenho andado enganada no que respeita a Afrika.
Foi o continente onde eu nasci e vivi 26 anos, dos quais os da infância e adolêscencia são os mais marcantes. Afrika e eu estávamos muito próximas na época anglo-portuguesa, vivíamos em sintonia e com ela aprendi o meu modo de viver e a minha atitude confortável perante o mundo. Entretanto ela foi-se distanciando á procura do seu posicionamento no mundo.
E eu fui atrás dela e chorei por ela, minha mãe-pátria, minha única pátria que eu conheci, morta de saudades pelo que nela vivi.
E ontem, súbitamente, descobri que só o passado nos liga, as saudades do que foi a nossa convivência, quanto nos amámos e quanto nos desejámos. Como todos os amores, a paixão terminou. Eu hoje sou outra pessoa, não suporto baratas, carochas, falta de conforto, pessoas básicas a quem teria de explicar tudo, as palhotas no meio do mato, o matope, a subserviência da mulher africana, a insolência racial e principalmente o perigo intrinseco da violência física que eu não tolero de forma nenhuma.
Eu hoje pertenço ao continente europeu, sou civilizada, exijo educação e boas maneiras, gosto de perfumes franceses, best sellers, moda, não obrigatóriamente a ultima mas a mais recente, preciso de segurança e tecnologia actual.
A minha alma habita Afrika, mas o meu corpo vive actualmente na Europa
Espero que Afrika me perdoe por não me sacrificar por ela.
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