Monday, December 24, 2007

Wednesday, December 19, 2007

A minha VIDA espremida num copo...



umas vezes ele está meio cheio, noutras está meio vazio, como hoje

Friday, December 7, 2007

Efeitos do tempo...



Kathreen Grayson e Howard Kell

Wednesday, December 5, 2007

O meu cipaio...



quando o vi não resisti a adquiri-lo ( ninguem compra um cipaio!), está aqui na minha salinha ao pé de mim, pronto a defender-me e ás Xs, muito raro, vai abrir a porta da rua...
vejam só aquele chapéu colonial que eu sempre adorei...e usei, nas minhas caçadas na Zambezia, no Charre, no Sossone...
faltam-lhe os botões amarelos, qualquer dia ofereço.lhe uns, acho que ele irá apreciar... e tambem um cofió para a noite, vermelho, muçulmano.
adoro este meu cipaio, o seu ar altivo, quase nobre e lamento que, tal como eu, esteja longe da sua terra.
ele chama-se Levessene

Monday, December 3, 2007

Portugal nowadays...


Não entendo os Portugueses de agora...

BRASIL


ANGOLA, MOÇAMBIQUE, GUINÉ, GOA e CABO VERDE



IBERIA




Tuesday, November 27, 2007

Acabou o trabalho, Cahora Bassa...

... após 500 anos de Portugalidade conquistada á força de patriotismo, palavra hoje em dia obsoleta que já nem parte faz de dicionário algum, partimos a última amarra entre continentes feitos de história.

"A história de Cahora Bassa, é uma história que pode ser escrita hoje, amanhã, depois de amanhã. Não é uma história que, para ser escrita, necessite da abertura de arquivos secretos. Dentro de dias, como se anuncia, quando aí vier o Primeiro Ministro de Portugal, para assistir à passagem da gestão de Cahora Bassa para Moçambique, pede-se lhe uma coisa muito simples. Pede-se lhe, apenas, que assuma a derrota de Portugal em Alcácer Quibir. E que diga que dom Sebastião haverá nunca mais de voltar. Que o sebastianismo é um mito. Mas que diga, também, que tenha a coragem de dizer, que os apetites coloniais de Portugal se prolongaram até 2007. E que ele, este e actual Primeiro Ministro de Portugal, aqui virá como último colonizador africano. Queiramos ou não, a história haverá de registar quem foi o último colonizador a abandonar África."

retirada da net

Wednesday, November 21, 2007

sinto-me romântica...

Folhas de rosa
Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo ...
E falo-lhes d'amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente ...
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m'embriaga
O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto,
E o colar de pedras preciosas,
De lágrimas e estrelas constelado,
Resumem em seus brilhos o que tenho
De vago e de feliz no meu passado...
Mas de todas as prendas, a mais rara,
Aquela que mals fala à fantasia,
São as folhas daquela rosa branca
Que a meus pés desfolhaste, aquele dia...
Florbela Espanca

Monday, November 19, 2007

Apesar da gripe...

recebi uma noticia que me deixou feliz como se da minha familia se tratasse:
os leões da Gorongoza voltaram ás suas casas, que mais não são que habitações de res-do-chao e 1º andar pertencentes ao 1º Acampamento Turistico do Chitengo, abandonado por um bem mais sofisticado.
O 1º já não é do meu tempo, mas os leões habitando as casas, subindo as escadas e deitando-se no terraço olhando o tando ao nascer do sol, está tão presente como se os tivesse visto ontem!!
Afrika está muito mais próxima de mim que a Europa...

Wednesday, November 14, 2007

Eu já não sei se...


a minha vida é aquela enquanto eu durmo, ou quando estou acordada
se a minha vida são as minhas recordações ou esta presente vida diária
se se tem direito a duas vidas vividas simultaneamente
se posso optar por viver mais num tempo que no outro
se vivemos 3 vidas, a real, a das recordações e a do sono
se nos encontramos com pessoas das 3 vidas
hoje um amigo me perguntou se eu me sentia Portuguesa?!
porque não? sempre considerei as colónias território Português e apesar de ter nascido em terras na altura ainda de Sua Magestade, a minha vivência foi em terras bem portuguesas até Junho de 1975. Mas a minha primeira nacionalidade é Africana e ela permanece sempre, embora por vezes ...
sou Portuguesa por ex. quando trabalho, quando resolvo problemas da vida diária, quando guio, de preferência pela direita ... e em todas as alturas em que a imaginação é dispensada
sou Moçambicana quando durmo, sempre,
sou Afrikana quando me evado, quasi diáriamente, para o meu continente onde tudo é certo, simples e claro como diria Reinaldo Ferreira. São as férias que eu escolho, as melhores do mundo porque tudo me é conhecido, vivido e belíssimo.
Não sei se alguem, de uma das minhas 3 vidas, me poderá entender?!

Sunday, November 11, 2007

Ebony and IVORY....








and so on...
Todas as peças que possuo me foram oferecidas, a maior parte delas por herança.
Vi hoje um programa na NG sobre elefantes, que são os animais selvagens de que mais gosto e mais temo, referindo que actualmente é rarissimo encontrar animais com 60 ou 70 anos e que, devido á idade, possuam presas de tamanho consideravel que nos habituámos a admirar em Afrika.
No meu tempo de criança eu ia sempre á caça com os meus Pais e amigos, com caçadores de nomeada, entre eles o Alberto Araújo, amigo de peito de meu Pai e da nossa familia.Eram noites divertidas porque iam um ou dois camiões de apoio e 2 ou 3 camionetas com as quais nos aventurávamos nos tandos á procura de leões, impalas, leopardos e ás vezes elefantes e búfalos.A caça era feita com focos de luz na testa dos caçadores, que encandeavam os animais pelos olhos que conforme a cor e brilho se sabia de que raça eram.
Depois do animal morto,os pretos guias saltavam das caixas abertas e iam retirar os trofeus, ficando a carne para as populações.
A caça era sempre á noite, a partir das 3 ou 4 da manhã muito antes do amanhecer, ou então no crepusculo junto aos rios onde os animais iam beber.
Numa das vezes que fomos ao Kangan" tole, o acampamento de caça do Sr. Araujo, construido em palafita de madeira e com todas as comodidades, vi 2 pares de dentes de elefantes colossais, abatidos por ele, que deviam pertencer a elefantes de muitas toneladas.
Antigamente os safaris eram sempre de caça, nos ultimos tempos são sempre fotográficos, salvo raras excepções em que os animais abatidos são pagos ao preço do ouro!!
Tambem na nossa "farm" de gado na Zambezia, Charre, Sossone, era frequente noite alta, passarem rente á casa quizumbas, ou leões ou leopardos em direcção aos currais de gado, para buscarem alimento.
Quando a matança era exagerada os caçadores amadores locais que tambem tinham gado juntavam-se e faziam uma espera acabando por matar os intrusos. Não foram poucas as vezes em que quando ia para a "farm" passar férias, ser acordada de noite com um buzinar ensurdecedor de várias camionetas e gritaria dos pretos todos contentes por se ter apanhado o animal predador que jazia na parte de trás e todos nós íamos admirar!!! o mais frequente era o leão.E depois faziamos uma patuscada!
A vida em Afrika, naquele tempo, era cheia de côr...
Eu era pequena, entre os 4 e os 10 anos, mas tudo me ficou gravado e, como acontecia aos nossos animais, gravada a fogo com o ferrete em brasa e com a letra A de Afrika, minha terra.




Sunday, October 28, 2007

Mas por que razão...


não há invejas de:


  • doenças

  • problemas familiares

  • desemprego

  • perdas afectivas

  • tristezas e depressões

  • problemas económicos

  • and so on...

mas quando a piedade substitui a inveja, aí não há problemas, tão bom "ajudar" quem está vulnerável, procurar saber todo o drama para poder respirar de alivio porque não é connosco, felicidade oferecida á custa do sofrimento e vulnerabilidade alheios!!


Nunca entendi esta falta de respeito que floresce em paises civilizados, em que existem degraus afectivos que permitem a existência destes predadores de sentimentos que respiram de alivio quando a desgraça bate á porta do alheio e apenas estão preocupados em criticar quando os outros ocupam patamares mais elevados na sociedade.

A nossa verdadeira missão é aliviar o sofrimento de todos os seres viventes.



Contra a INVEJA...




A TI MESMO DEVES PROMETER


Ser tão forte que nada seja capaz de perturbar a paz da tua mente.

Falar a todos quanto encontrares, de felicidade, de saúde e de prosperidade.

Dar a todos os teus amigos a impressão de que possuem valor.

Pensar somente no melhor, trabalhar unicamente pelo melhor e contar unicamente com o melhor.

Ser tão justo e tão entusiasta a respeito do êxito dos outros quanto o és em relação ao teu próprio.

Esquecer os erros do passado e concentrar as tuas energias nas grandes conquistas do futuro. Manter sempre um semblante alegre, oferecendo um sorriso para todos as criaturas que encontrares no teu caminho.

Aplicar tanto tempo no melhoramento de ti mesmo que não sobre um único momento para criticar os outros.

Ser demasiado grande para te afligires, demasiado nobre para te irritares, demasiado forte para que te invada o temor, demasiado feliz para sentires contrariedades.

Ter uma excelente opinião de ti mesmo e proclamar isso ao mundo - não com altissonantes palavras, senão com grandes obras.

Ter a firme convicção de que o mundo está ao teu lado enquanto te mantiveres fiel ao que de melhor de ti existe.

Antes de falar, pensa cuidadosamente se o que vais dizer é verdadeiro, bom e útil; e se carece destas três qualidades, abstém-te de o dizeres.
tirado da net

Thursday, October 25, 2007

Ad caritatem per veritatem...


era a divisa do meu Colégio
Entrei neste Colégio aos 5 anos e saí aos 16 anos, rumo á Faculdade de Medicina do Porto e á VIDA.
Nesta capela todos os dias rezávamos e cantávamos ou ouviamos cantar as mameres. Uma vez por ano tinhamos retiros de 3 dias de santidade, em que não se devia falar com ninguem, eram-nos facultadas biografias de santos, ficávamos sentadas na capela a pensar em coisas tristes e no recreio isolávamo-nos para meditação. Quando a vontade de rir era muita e já não podiamos conter o riso, as mameres pediam-nos para pensarmos no fim do mundo e assim a tristeza tomaria conta de nós. Nunca tal me aconteceu...! faziamos um jejum moderado e já nem sei se nos abstinhamos de comer carne! Tenho saudades destes retiros, aprendi a conhecer-me e actualmente adoro a minha companhia, nunca me sinto sózinha porque divirto-me imenso com todas as minhas recordações...é como ir de férias quando me apetece!
Sinto uma tristeza conformada ao olhar para esta capela que tanta vida significou para tantas alunas, professoras e méres, agora uma simples sala de aulas repleta de fantasmas de vivos e de mortos. Onde estão aquelas imagens que durante tantos anos aprendi a olhar e o cheiro a incenso junto do sacrário que me entontecia e de que eu tanto gostava?! fazem companhia a alguns dos meus sonhos que nunca se realizaram.
Com doçura me lembro dos meus dois namorados, e meus companheiros do romantismo dos anos 50/60, em que namorar era apenas olhar e mandar bilhetinhos em canetas Parker...que geravam dramas quando os pais descobriam.
E ao som do Pat Boone, " love letters in the sand", e "you are my destiny" do Paul Anka e todas as musicas do Elvis e ainda do Hit Parade de domingo á noite, a vida fluia docemente naqueles dias looongos afrikanos, rodeada de familia em que todos nos amávamos.
E com uma tremenda curiosidade e ansiando o futuro e as prendas que ele nos traria...o depois era sempre o melhor!
Pois bem, já cheguei ao depois, já recebi as prendas, as boas e as más e o futuro tambem, já não existe a capela do meu Colégio, nem as mameres, mas existo EU.

as fotos retirei da net



Saturday, October 20, 2007

Ai a inveja...




A inveja não é você querer o que o outro tem (isso é a cobiça), mas querer que ele não tenha, é essa a grande tragédia do invejoso.

Autor: Ventura , Zuenir Fonte Notícias Magazine (DN)

Monday, October 15, 2007

Ai que saudades eu tenho da minha terra...




afinal o que define a nossa terra?




o local onde vivemos, que envolve as casa, as árvores, o capim, as flores, a fruta, os alimentos a que nos hbituámos, o sol, a lua, as estrelas, as ruas, a terra, o mar, os rios, os lagos, tudo o que nos rodeou desde que nascemos, o bom e o mal e aquele ar que sempre respirámos no meio das pessoas que desde criança connosco conviveram ?!




ou será antes viver num País onde se fala a nossa lingua, onde entendemos tudo o que nos dizem e onde podemos expressar livremente o que sentimos com a certeza de que nos ouvem, mas não reconhecemos nada do que nos rodeia, não construimos a nossa história?!




ou onde apenas vive a nossa familia connosco?!




não sei responder, embora a 1ª opção seja a que me parece a correcta porque eu continuo a sentir que a minha terra está lá longe, mas vazia da minha familia.



sou um barco naufragado na distância, enterrado na areia da praia, que se lembra das mil águas navegadas, mas enfrenta a preia mar de quilha orgulhosamente erguida e resiste á perda de todas as maravilhas antigas rumo ao infinito...







Tuesday, October 2, 2007

Afrika ...



"África não se reconstruirá sem nós, os pequenos fazedores do dia-a-dia. Sem que voltemos a dizer, com arejado empenho, “para África e em força”. Sem que deixemos de ter medo de pisar solo manchado de sangue ou de alegria. Porque a vida é assim, dá-nos de tudo, no melhor e no pior dos mundos."


retirado da net- Blog-Joia de Familia

Wednesday, September 19, 2007

O mistério a desvendar-se...


Quando se fala de Paredes de Coura, é obrigatório lembrar Aquilino Ribeiro (1885-1965). O escritor beirão está intimamente ligado à vida cultural da vila minhota graças ao seu romance "A Casa Grande de Romarigães" (1957). A casa retratada no livro foi morada do ex-Presidente Bernardino Machado e do próprio Aquilino, que se casou com uma filha daquele presidente.
A Casa Grande ainda existe actualmente, em Romarigães, no sudoeste de Paredes de Coura. Embora se encontre em avançado estado de degradação, as sebes altas e o edifício coberto por farto musgo, que permite apenas às janelas o contacto com o ar, provoca uma aura de mistério e sedução.
Por detrás dos portões de ferro da entrada, que resistem incólumes ao tempo, vislumbra-se a capela do Amparo, no quintal da Casa. Por fim, há ainda a oportunidade de fixar o olhar numa belíssima gravura esculpida no muro exterior do edifício.
Aquilino Ribeiro notabilizou-se na literatura lusa pelo estilo pícaro, pela apurada descrição de sensações e pelo vasto léxico utilizado. Da sua bibliografia - obras de ficção, de história, contos infantis, ensaios e traduções - destaque ainda para "Quando os Lobos Uivam" (1959) e "Terras do Demo" (1919).
Nuno Passos, (Público 2003)


Conjunto formado pela casa, anexos de função rural e capela do Amparo. Casa nobre, oitocentista, antecedida por um grande portal armoreado. A capela do Amparo apresenta a fachada decorada com nichos, imagens, carrancas, volutas, frontões e um óculo, tudo lavrado em pedra da região. A fachada é rematada por um campanário.
(in "Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado" - IPPAR, 1993)

A Casa Grande de Romarigães....


...em Portugal a minha vocação sempre foi o norte do País, indago-me do meu destino caso tivesse ficado a estudar no Porto, ao invés de ter ido ouvir cantar fados a Coimbra, porque nessa época pouco mais fiz na Faculdade Coninbricensis... e digo isto quando hoje assisti á leitura do seguinte trecho retirado da ilustre Casa Grande de Romarigães de Aquilino Ribeiro o nosso 10 º Panteonista, desde hoje : " aquelas águas delgadas e gélidas do ribeiro mais frio de Portugal", no cenário do Minho, entre verdes e águas, ora paradas ora borbulhantes, eu gostaria de ter vivido o Minho no final dos sec. XVIII ou inicio do sec. XX...na minha infância, em Afrika, havia o hábito de se ler imenso, por vezes noite fora até quasi manhã, desde os filósofos Kirkegaard, Kant, discutindo vivamente todas as correntes filosóficas, lembro-me que me convenci de que era panteista e defendia a minha postura de ver Deus em tudo, eu que era judaico-cristã!! a biblioteca dos meus Pais na qual eu estava proibida de mexer porque estava cheia de livros que "não eram próprios para a minha idade", exercia em mim uma tal atracção que inúmeras vezes recusei passeios e idas ao cinema, com o pretexto de ter de estudar, para, mal a porta da rua se fechasse, eu mergulhasse naquelas benditas estantes para ler Zola, Eça, Stefen Zweig e tantos outros que fizeram a minha formação literária e me incutiram o gosto pela leitura que tem sido ao longo dos anos um dos meus principais hobbies! só fui apanhada uma vez e houve drama, com um livro do Eça " A reliquia" que "apareceu " na minha cabeceira sem eu ter tido qualquer interferência...sim, ninguem acreditou e o castigo foi todo meu! e tudo isto para dizer que houve um livro que sempre desejei ler e nunca tal facto se cumpriu, é a "Casa Grande de Romarigães" de Aquilino Ribeiro, cujo titulo e o local onde ela se insere desperta em mim, desde então, sabor a um romantismo exacerbado daquele que já se não usa e nunca se deveria ter usado porque conduz á perdição. Amanhã irei finalmente á biblioteca Gulbenkian requisitá-lo porque não o encontrei nesta cidade. Espero que não me desiluda após tão longa espera, 50 anos de curiosidade pura porque nunca dei um passo para a satisfazer, só agora o farei. Para terminar e céptica como eu sou no que se refere a romances, porque nunca atingem a estratosfera por onde eu ando e sempre andei e se quedam pelas nuvens baixinhas, os cúmulos que derramam milhões de lágrimas e cedo se esvanecem... O titulo é tão bonito que me vou arriscar a ler esta minha fantasia de anos e anos á beira da destruição.

Thursday, September 13, 2007

Quadras da minha solidão...





Fica longe o sol que vi,

aquecer meu corpo outrora...

Como é breve o sol daqui!

E como é longa esta hora...


Donde estou vejo partir

quem parte certo e feliz.

Só eu fico. E sonho ir,

rumo ao sol do meu país...


Por isso as asas dormentes,

suspiram por outro céu.

Mas ai delas! tão doentes,

não podem voar mais eu...


que comigo, preso a mim,

tudo quanto sei de cor...

Chamem-lhe nomes sem fim,

por todos responde a dor.


Mas dor de quê? dor de quem,

se nada tenho a sofrer?...

Saudade?...Amor?...Sei lá bem!

É qualquer coisa a morrer...


E assim, no pulso dos dias,

sinto chegar outro Outono...

passam as horas esguias,
levando o meu abandono...
Alda Lara

Monday, September 3, 2007

O Farol da minha Vida...

as janelas do meu quarto, da infância á adolescência e posteriormente já casada, eram banhadas pela luz deste farol 3 passagens de claridade e 3 de sombras.
Não me esqueço daquela iluminação branca e leitosa da luz da grande lua dos trópicos, reflectida nas areias brancas da praia que á noite semelhava o dia e atravessada pelo clarão do meu Farol, ao som dos barulhos do quebrar das ondas do mar Indico...
Todos os meus sonhos de futuro foram construidos um a um, apagados e reconstruidos mil vezes, filtrados por lagrimas e sorrisos, cheios de esperança e de alegria.
Eram projectos grandiosos, felizes, plenos de realização e de amor...
No meio deles eu me fiz, com eles me construí, neles apostei a minha Vida.
Fiz um filho, plantei uma árvore e escrevi os meus livros para concursos de progressão da carreira académica, da profissão que escolhi, poucos anos depois de nascer!
os meus primeiros doentes foram todas as minhas bonecas, todos os meus bonecos e até alguns dos meus animaizinhos de estimação...
Como reza o Talmud, numa tradução livre " quem salva UMA Vida, salva a sua própria Vida", valeu a pena eu ter nascido pelas vidas que já salvei!
E tudo se cumpriu, o que eu desejei, não por igual, não por importância maior, mas por oportunidades cumpridas entre outras perdidas, tem sido muito bom nos intervalos do mau...
Mas a missão ainda não está completa, está em falta o mistério do futuro que começa neste preciso momento...

Sunday, August 19, 2007

Prefiro parar o tempo...




depois da reportagem que vi sobre a Beira, pelo seu centésimo aniversário, subscrevo o que disse o indiano:" aniversario assim, para quê?!".



Reporto-me aos tempos coloniais, eu que não pertenço já a País nenhum, um misto de Afrika desaparecida e de Portugal desconhecido, porque não foi cá que eu nasci nem vivi longos anos da minha vida.
Tudo foi bom demais para ser esquecido, algum dia.

Thursday, August 16, 2007

the King and I...

foi um longo amor que ainda perdura.
O meu primeiro disco, Jailhouse Rock, fui eu que o comprei aos 14 ou 15 anos e ao som dele dancei todo o Rock do mundo...realmente nunca cheguei a perceber, como hoje ainda não sei, se o que mais me cativa no Elvis é a sua tremenda sensualidade implantada num corpo magnifico, se a sua escaldante voz! claro que a associação é irresistivel...the wonder of you!

Saturday, August 11, 2007

Delta de Okawango...







deserto de kalahari, Namibia, Botswana e todo o continente africano, a que pertenço.







Friday, August 10, 2007

Wednesday, August 8, 2007

O segredo da Felicidade...



está em varrer da nossa frente
tudo o que nos incomoda,
em todos o momentos,
de todos os dias,
da nossa VIDA.

Teresa me


Wednesday, July 4, 2007

Monday, June 18, 2007

Por vezes na Vida...




Cansei os braços

a pendurar estrelas no céu.

Destino dos fados lassos.

Tudo termina em cansaços,

braços

e estrelas

e eu


Antonio Gedeão

A vida....



Escada sem corrimão


É uma escada em caracol
E que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais altos,
Mais estragados estão,
Nem sustos nem sobressaltos
servem sequer de lição.
Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração.
Sobe-se numa corrida.
Corre-se perigos em vão.

Adivinhaste: é a vida
A escada sem corrimão.


David Mourão-Ferreira

Minha Casa Branca...




Casa branca em frente ao mar enorme,
Com o teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu silêncio intacto em que dorme
O milagre das coisas que eram minhas
....................................................................................
A ti eu voltarei após o incerto
Calor de tantos gestos recebidos
passados os tumultos e o deserto
Beijados os fantasmas, percorridos
Os murmúrios da terra indefenida
Em ti renascerei num mundo meu
Ea redenção virá nas tuas linhas
Onde nenhuma coisa se perdeu
Do milagre das coisas que eram minhas.


Sofia de Mello Breyner

As rosas...



Quando á noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.


Sofia de Mello Breyner

Quem me roubou...







Quem me roubou...

Quem me roubou o tempo que era um
Quem me roubou o tempo que era meu
O tempo todo inteiro que sorria
Onde o meu Eu foi mais limpo e verdadeiro
E onde por si mesmo o poema se escrevia

Sofia de Mello Breyner

Wednesday, June 13, 2007

Que culpa terão as ondas....



...Que culpa terão as ondas

Dos movimentos que façam?

São os ventos que as impelem

E sulcos profundos traçam.

Aos ventos quem lhes ordena

Que rasguem rugas no mar?

São as nuvens inquietas

Que os não deixam sossegar.

E as nuvens, almas de névoa,

Porque não param, coitadas?

É que as asas das gaivotas

As trazem desafiadas.

Mas as asas das gaivotas

O cansaço há-de detê-las!

Juraram buscar descanso

Nas pupilas das estrelas.

E como as estrelas estão altas

E não tombam nem se alcançam,

As asas das pobrezinhas

Baldamente se cansam

Baldamente se cansam,

Baldamente palpitam!

As nuvens, por fatalismo,

Logo com elas se agitam;

Os impulsos que elas dão

Arrastam as ventanias;

As vagas arfam nos mares

Em macabras fantasias.



Assim as almas inquietas

Prisioneiras de ansiedades,

Mal que se erguem da terra,

Naufragam nas tempestades!


Reinaldo Ferreira

Saturday, June 9, 2007

Poesia...



Folhas de rosa


Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo ...
E falo-lhes d'amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente ...
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m'embriaga
O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto,
E o colar de pedras preciosas,
De lágrimas e estrelas constelado,
Resumem em seus brilhos o que tenho
De vago e de feliz no meu passado...
Mas de todas as prendas, a mais rara,
Aquela que mals fala à fantasia,
São as folhas daquela rosa branca
Que a meus pés desfolhaste, naquele dia...



Florbela Espanca

Tuesday, May 29, 2007

Mil vidas eu tivesse...




Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.
Sophia de Mello Breyner Andersen


Sunday, April 29, 2007

Desigualdades da VIDA...



Parte-se o meu coração quando vejo imagens como as que escolhi...
Até para nascer é preciso ter sorte!
Mas tanto sofrimento ... nascer para sofrer e morrer, em nome de quê?!...
Eu não gosto destas assimetrias, não são justas.